an abstract photo of a curved building with a blue sky in the background

A Loucura Doce da Tua Falta

Escritor

Meu amor,

Ontem, o dia foi um abismo em silêncio —
um vazio que ecoava fundo,
dentro da solidão que só tua ausência sabe esculpir.
Tudo o que eu queria era dormir,
apagar o ontem,
e acordar apenas no hoje…
onde talvez tua voz pudesse me encontrar.

Quando a noite caiu, fui tomado por um desejo quase incontrolável de te ligar.
Mas, como te prometi, não o fiz.
Não quis ser peso, ruído, ou sombra em tua vida —
mesmo sendo, às vezes, tudo isso sem querer.

Paulo Muhongo

E ao fechar os olhos, ali estavas.
Tua imagem — pura beleza,
uma escultura viva moldada de amor e luz.
Tentei alcançar-te, abraçar-te,
prender-te entre meus braços,
e caminhar contigo pelas margens do Tejo.
Mas tu escapavas…
como sonho que escorre pelas frestas do sono,
como areia dourada que o rio leva, sem volta.

Quero que saibas, então:
quando não te vejo,
quando tua voz não me toca,
fico à deriva numa loucura doce e cruel.
Essa ausência consome meu espírito,
e vai, pouco a pouco, levando embora o sentido de tudo —
exceto de te amar.

A Loucura Doce da Tua Falta

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