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Devaneios do Teu Corpo — Poema de Amor e Desejo Africano

Escritor

Acaricio os teus seios, duros como maboques maduros,
Nas minhas mãos, como um jovem que, pela primeira vez,
Colhe mangas de uma mangueira sob o sol do musseque,
Sentindo a seiva quente de cada ramo cortado,
O cheiro da terra, da vida, do mundo que pulsa.

Roço os teus lábios, suaves como pitangas,
Suaves, ternos, quentes,
Como a criança que se deixa embalar pelo frescor da manhã,
Deito-me sobre o teu corpo esbelto, longo como um coqueiro,
Como um homem que, após uma longa caminhada,
Encontra descanso em jardins esplêndidos,
Deita-se na relva que lhe faz de leito,
E entrega-se aos sonhos mais doces que a vida pode oferecer.

As tuas ancas, oh, como são generosas,
Cheias de graça, de força, de história!
Toco-as com mãos trêmulas, mãos que conhecem o desejo,
E a cada movimento, o meu corpo se transforma,
Tudo em mim muda, tudo em mim arde,
Resta apenas um desejo vivo:
Não apenas fazer amor contigo,
Mas engolir-te, devorar-te,
Como um serpente-boi que abraça o mundo,
Como a fome e a beleza do musseque que se entrelaçam,
Como o canto da vida que corre em nós.

Paulo Muhongo

Devaneios do teu corpo

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