
𝐍𝐨 𝐒𝐢𝐥ê𝐧𝐜𝐢𝐨 𝐎𝐧𝐝𝐞 𝐚 𝐕𝐢𝐝𝐚 𝐌𝐨𝐫𝐚
No fruto dos posts do meu caro Psicólogo Paulo Alberto, surgiu esta reflexão sobre a vida. Palavras que germinaram no terreno fértil do pensamento, regadas pela experiência e pela escuta atenta do que é ser humano.
REFLEXÕES
5/8/20251 min read
Enquanto tantos vivem na ânsia da reforma — esperando o momento ideal, o descanso prometido, o alívio adiado —
eu escolho viver com a lucidez de quem compreende que cada instante é raro.
Quando os anos de esforço finalmente me permitem uma pausa, não hesito:
estendo os braços, respiro fundo e entrego-me ao presente,
sem amarras ao amanhã,
porque o futuro, esse, pertence a Deus.
Projectar o que vem é necessário, mas sem esquecer o agora,
o minuto em que o peito pulsa e os olhos vêem.
A vida está aqui — não depois.
Viver bem não é, necessariamente, viver rodeado de muitos.
A multidão pode ser ruído, e o convívio, solidão disfarçada.
No fundo, é preciso saber estar só — e estar bem com isso.
Por isso, o meu lema é claro:
vive primeiro em paz contigo, antes de procurares os outros.
Porque, na penumbra, quando o mundo silencia,
as sombras deixam de mentir.
E é apenas contigo que terás de lidar.
Sim, as boas companhias aquecem a travessia.
Mas são as raízes dentro de nós que sustentam a casa.
Sem essa fundação, não há vida que resista.
Os sonhos, os desejos, os quereres — são vastos, mutáveis, infinitos.
Mas quando se vive como quem desperta dentro do próprio sonho,
saboreando cada instante,
mergulhando a alma nos prazeres puros e serenos da existência,
com o olhar voltado para o bem — antes do ego, antes do outro —
então a morte já não assusta tanto.
Talvez, nesse estado de plenitude,
ela perca o poder de abalar o espírito.
A finitude, vista assim, adquire beleza.
Porque tudo é finito.
Nada é eterno.
E é justamente isso que torna a vida tão preciosa:
não por durar para sempre,
mas por valer a pena enquanto dura.