Nos últimos anos, a visita de estrelas do futebol mundial à África tem despertado entusiasmo, mas também críticas severas sobre responsabilidade social, ética e impacto real. Entre esses astros, Lionel Messi ocupa um lugar controverso. Reconhecido mundialmente por seu talento, Messi tornou-se símbolo de uma abordagem que muitos consideram distante da realidade africana. Enquanto ele realiza visitas relâmpago, que custam milhões, milhões de africanos continuam a enfrentar fome, pobreza e falta de oportunidades. Por outro lado, Cristiano Ronaldo opta por outro caminho, investindo e envolvendo-se diretamente com comunidades africanas, gerando impacto tangível e transformador.
O Caso Messi: Gabão e Angola
Em 2017, Messi foi convidado pelo presidente gabonês para inaugurar o estádio que sediaria a abertura da CAN no Gabão. A visita não refletiu interesse pelo desenvolvimento do futebol local ou pelo bem-estar da comunidade. Messi exigiu 100 milhões de euros por 40 minutos de aparição, vindo e voltando no mesmo dia, direto do aeroporto para o estádio e do estádio para o aeroporto, sem visitar instalações da federação ou conhecer projetos de formação de jovens. Alegou risco de contaminação por Ébola. Chegou de calção e meio suado, como se tivesse saído de um treino.
Além do Gabão, Messi visitou Angola, permanecendo menos de 24 horas, sem interagir com iniciativas sociais ou esportivas. Mais uma vez, sua presença foi rápida e superficial, transformando-se em espetáculo mediático em vez de envolvimento real.
Segundo estimativas de analistas financeiros, essas visitas custaram bilhões de euros, recursos que poderiam ser aplicados em infraestrutura, saúde, educação ou programas esportivos para jovens. Enquanto isso, milhões de africanos vivem em condições precárias. A disparidade entre riqueza extrema e necessidade extrema evidencia uma desconexão preocupante entre celebridades internacionais e a realidade africana.
Exploração histórica e mentalidade de lucro
O comportamento de Messi reflete um padrão histórico de exploração. A África foi submetida à escravidão, colonização e relações econômicas desiguais por séculos. Atitudes como visitas relâmpago, com foco em lucro e visibilidade pessoal, reforçam a percepção de que o continente continua a ser visto como uma “mina de ouro” para interesses externos, sem consideração pelo desenvolvimento local.
“Quando vemos essas figuras chegarem para um evento, gastar milhões e ir embora, é difícil não sentir que estamos sendo usados como cenário, não como parceiros”, afirma Amadou Diop, ativista social do Senegal.
Enquanto Messi chega como celebridade relâmpago, outros atores estrangeiros continuam a adotar práticas que privilegiam ganho imediato em detrimento da população. A visita de uma estrela do futebol, com custos bilionários e retorno imediato, serve como metáfora dessas relações desiguais.
CR7 e o compromisso real com África
Cristiano Ronaldo, em contraste, demonstra que é possível combinar fama com responsabilidade social. Segundo reportagens e registros públicos, CR7 realizou investimentos significativos em países africanos, incluindo Angola, Moçambique e Cabo Verde. Esses investimentos incluem a construção de escolas, clínicas, campos de futebol e doações para programas de alimentação infantil.
Além disso, Ronaldo passa férias em África, fortalecendo a presença cultural e promovendo turismo sustentável em comunidades locais. “O que ele faz é diferente. Ele não vem apenas para aparecer na televisão. Ele vem para deixar um impacto, mesmo que seja pequeno, mas real”, afirma Fatima Bamba, professora em Luanda.
Este contraste evidencia que ser ídolo não se limita ao talento esportivo, mas inclui a capacidade de gerar transformação social. Enquanto Messi transforma visitas em mercadoria, CR7 transforma influência em ação concreta.
O impacto no povo africano
As visitas relâmpago não resolvem problemas estruturais. A fome e a desigualdade permanecem desafios diários. Segundo a FAO, mais de 230 milhões de africanos enfrentam insegurança alimentar, enquanto bilhões são gastos em aparições pontuais de celebridades internacionais. A diferença entre a riqueza de um Messi e a vida de uma família africana comum nunca foi tão visível.
“É doloroso ver alguém ganhar milhões em apenas algumas horas enquanto nossas crianças passam fome. Isso mostra como o mundo vê África, muitas vezes apenas como uma oportunidade de lucro”, diz José Mbang, morador de Libreville, Gabão.
Quem é o verdadeiro ídolo?
A discussão vai além do talento dentro de campo. Trata-se de ética, responsabilidade e compromisso com a sociedade. Messi, apesar de seu gênio futebolístico, usa a África como palco de marketing. CR7, com investimentos e presença contínua, demonstra que ser ídolo também significa contribuir para transformar vidas.
Conclusão
As visitas relâmpago de Messi ao Gabão e a Angola simbolizam uma desconexão histórica e social entre celebridades globais e a realidade africana. Ele veio, apareceu e partiu, transformando presença física em mercadoria. Por outro lado, CR7 investe, doa e permanece, construindo relações duradouras e impactando positivamente comunidades. A diferença entre os dois não está no talento, mas na forma como escolhem se relacionar com o continente africano. A pergunta final permanece: quem merece realmente ser chamado de ídolo em África, aquele que aparece por minutos ou aquele que permanece e transforma vidas?


Messi Vê África como Mina de Ouro: Cada Aparição, Mais Milhões
Por Paulo Muhongo
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POLITICAECONOMIA
11/16/20254 min ler
